A leptospirose é uma zoonose, ou seja, uma doença infecciosa que pode ser transmitida entre animais vertebrados e seres humanos, causada por espécies patogênicas da bactéria Leptospira spp.
Considerada um problema de saúde pública, é resultante principalmente de contextos socioeconômicos precários, sendo a zoonose mais difundida mundialmente, presente em quase todos os continentes, com exceção da Antártida.
A doença é perigosa para cães e humanos, com formas graves que podem levar a óbito. Continue lendo e entenda como ela é transmitida, sintomas, tratamentos e prevenção.
Como o cachorro “pega” leptospirose canina?
O agente da leptospirose é uma bactéria da ordem Espirochaetales, família Leptospiraceae e gênero Leptospira.
Ela está presente em ambientes, principalmente nos que possuem deficiência de saneamento básico, quando o cão tem um contato propício com esses ambientes ele é infectado.
Os cães podem ser contaminados com leptospirose tendo contatos com a infecção por: urina, reprodução, transferência placentária, mordeduras, água, solo ou alimentos.
No ciclo da leptospirose os cachorros funcionam como reservatórios, sendo comum serem considerados hospedeiros de manutenção, perpetuando o agente infeccioso em um determinado ecossistema.
Quais são os sintomas de leptospirose em cães?
Os sintomas da leptospirose em cães variam conforme o tipo de bactéria que os infectou e a formas da doença, geralmente divididas em: aguda, subaguda e crônica.
Nos casos mais leves, os sintomas variam de febre a desidratação, já nos agudos, pode haver disfunção da coagulação que resultará em choque e óbito.
A maioria dos casos, em sua forma crônica, apresenta quadros de insuficiência renal e hepática.
Os sintomas mais comuns da leptospirose canina são:
- Febre alta;
- Fraqueza e apatia;
- Vômitos e diarreias (com ou sem sangue);
- Dor muscular e articular;
- Perda de apetite;
- Icterícia (amarelamento da pele e mucosas);
- Sangramento no nariz e nas gengivas;
- Insuficiência renal e hepática.
O diagnóstico da leptospirose canina é realizado com base nas informações clínico-epidemiológicas e exames laboratoriais.
Leptospirose canina tem cura?
Sim! A leptospirose canina pode ser curada, contudo, o prognóstico depende de fatores, como gravidade da doença, tempo de tratamento e saúde geral do cão.
Em casos de diagnóstico e tratamento precoces, a maioria dos pets se recupera completamente, porém ainda nesses casos não são descartadas as complicações graves, que podem ser fatais.
É importante levar o cão ao veterinário imediatamente se ele apresentar sintomas da leptospirose, pois o tratamento precoce aumenta as chances de recuperação completa e evita o contágio da doença.
Tratamento de leptospirose em cães
O tratamento da leptospirose canina se baseia na reposição do equilíbrio hidroeletrolítico, energético e na antibioticoterapia, visando eliminar a bactéria do organismo e controlar os sintomas da doença.
Isso quer dizer que o cão passará por terapia antibiótica, com diferentes tipos e formulações de antibióticos, e de suporte conforme a evolução de cada quadro clínico. Podendo ser separado em:
- Administração de antibióticos;
- Suporte de fluidos;
- Medicamentos para controlar os sintomas;
- Cuidados de suporte, como repouso, monitoramento e dieta.
Como prevenir a leptospirose canina
A prevenção da leptospirose é importante para nossos cães e família, e para a sociedade, por auxiliar no controle da zoonose.
Além de medidas como vacinação, controle da população animal de rua e saneamento básico, há medidas que podem ser tomadas por cada tutor, como:
- Vacinação: para cães há vacinas polivalentes como a V8, V10, V11, V10 e a V12 e ainda a vacina específicas contra a Leptospirose.
- Limpeza: mantenha os objetos e locais do seu cão limpos, principalmente quintais e recipientes de água, para não ter contato direto com as fezes e urina.
- Controle a exposição do cachorro a contaminação: não deixe que ele beba água de locais não confiáveis ou tenha contato com animais não vacinados.
A prevenção da Leptospirose é essencial para os cães e humanos, precisa vacinar seu cão? Ou de atendimento? Entre em contato com nossa equipe.
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Fontes consultadas ou citadas:
CASTRO, J.R. et al. Leptospirose canina – Revisão de literatura. PUBVET, Londrina, V. 4, N. 31, Ed. 136, Art. 919, 2010.
REVISTA CIENTÍFICA DE MEDICINA VETERINÁRIA – ISSN 1679-7353 Ano XVII – Número 34 – JANEIRO de 2020 – Periódico Semestral
TRATAMENTO DA LEPTOSPIROSE CANINA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. MV. Orlando M. Mariani1 *, MV. Dr. Paulo C. Ciarlini2 , MV. Elaine C. Stupak1 , MV. Dr. Cristiane S. Honsho1 , MV. Jessica C. Barros1 , MV. Natacha A. Alexandre1