
A parvovirose é uma doença extremamente contagiosa que afeta cães. Causada por um vírus muito resistente, geralmente é tratável, mas se negligenciada pode ser fatal.
Conheça mais sobre a parvovirose, o que é, como é transmitida, quais são os sintomas, como tratar e como prevenir.
O que é parvovirose canina?
A parvovirose canina é uma doença infectocontagiosa, ou seja, ela é causada por um agente biológico, nesse caso o vírus, canine parvovirus, e transmitida facilmente entre os cães.
O parvovírus canino (CPV) é um vírus DNA de fita simples da família Parvoviridae e há duas variedades que infectam os cães, o CPV-1 e o CPV-2.
A doença pode ocorrer em pets de qualquer idade, mas é especialmente perigosa em filhotes, caso tratada possui um percentual de recuperação superior a 90%, mas se negligenciada costuma ser fatal devido a fatores primários ou secundários.
Como é transmitida a parvovirose canina?
A facilidade de transmissão é um dos aspectos mais perigosos da parvovirose. A principal via de contágio é a oral-fecal, ou seja, o cachorro saudável entra em contato com as fezes, vômito ou ambiente contaminado por um cão infectado.
O vírus é extremamente resistente e pode sobreviver por meses ou anos no ambiente. Ele contamina facilmente solos, pisos, vasilhas, coleiras, brinquedos e até a sola dos sapatos de pessoas que pisaram em locais contaminados.
Após a exposição ao vírus, o período de incubação (tempo até o aparecimento dos sintomas) é geralmente de 4 a 14 dias.
Quais são os sintomas da parvovirose canina?
Reconhecer os sinais da parvovirose rapidamente é vital para a sobrevivência do cão. Os sintomas podem aparecer de forma súbita e se agravar em questão de horas:
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Sintoma |
Descrição/consequência |
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Vômitos |
Persistentes, podendo conter espuma ou bile. |
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Diarreia |
Intensa, aquosa e frequentemente com sangue, com um odor fétido característico. |
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Letargia e prostração |
O animal fica extremamente abatido, sem energia para atividades simples. |
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Perda de apetite |
Recusa completa de comida e água. |
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Desidratação |
Severa, causada pela combinação de vômitos e diarreia. |
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Febre |
Elevação da temperatura corporal. |
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Dor abdominal |
O cachorro pode manifestar desconforto ou sensibilidade ao toque na barriga. |
Além da forma intestinal, que é a mais comum, existe a forma cardíaca, que afeta o músculo do coração de filhotes muito jovens, levando frequentemente a morte súbita.
Como tratar a parvovirose em cães?
Não há um tratamento específico para a parvovirose em si, mas sim um suporte para alívio dos sintomas e fortalecimento do corpo do cachorro.
Segundo MELO, T. F.; ABREU, C. B.; HIRSCH, C.; MUZZI, R. A. L.; PECONICK, A. P. uma das bases do tratamento seria “(…) cuidados de suporte ao animal para reestabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico e a glicemia e assim, aguardar o retorno da função intestinal e imune.”
Resumindo, o tratamento visa manter o cachorro vivo e com força suficiente para que seu próprio sistema imunológico combata o vírus.
Um cão com parvovirose precisa, na grande maioria dos casos, de internação veterinária. O tratamento intensivo inclui:
- Fluidoterapia intravenosa: para combater a desidratação severa e repor eletrólitos perdidos nos vômitos e diarreia;
- Antibióticos: para prevenir ou tratar infecções bacterianas secundárias, que aproveitam a baixa imunidade e a lesão intestinal para se instalarem;
- Antieméticos: medicamentos para controlar os vômitos e evitar mais perda de líquidos e nutrientes;
- Suporte nutricional: quando o animal não consegue se alimentar sozinho, o uso de sondas alimentares ou nutrição parenteral (na veia) é essencial.
- Transfusões de sangue ou plasma: em casos graves com hemorragia intensa ou perda proteica, transfusões podem ser necessárias para salvar a vida do animal.
Como prevenir a parvovirose canina?
Os grandes desafios do combate a parvovirose são: o alto contágio e o surgimento de variantes antigênicas. E a forma mais eficiente de contra ataque a esses fatores é a vacinação.
Vacinar seu cão não protege apenas ele, mas contribui para a população canina ficar mais segura na totalidade.
A proteção contra a parvovirose está incluída nas vacinas múltiplas, como as Vacinas Polivalentes (V8 e V10). Além disso, há a vacina especifica Nobivac® Puppy DP.
A primeira dose é aplicada entre 6 e 8 semanas de vida, com reforços a cada 3 a 4 semanas até o filhote completar 16 semanas (4 meses) de idade.
Algumas raças mais susceptíveis, como Rottweilers e Dobermans, podem precisar de reforços até os 6 meses. Até que o protocolo vacinal esteja completo, evite que seu filhote frequentem locais públicos.
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Referências:
MELO, T. F.; ABREU, C. B.; HIRSCH, C.; MUZZI, R. A. L.; PECONICK, A. P. Parvovirose canina: uma revisão de literatura. Natural Resources, v.11, n.3, p.40-56, 2021. DOI: https://sustenere.inf.br/index.php/naturalresources/article/view/6110.