
Cães de trabalho, ou seja, cachorros treinados para desempenhar funções, não são novidade na história da humanidade e da domesticação, afinal a relação de troca entre nossas espécies foi como tudo começou.
Mas o caso da terapia com cachorros é mais recente, de 1962. Com as primeiras descrições do uso de animais domésticos em terapias, de Boris Evinson, o precursor da Terapia Assistida por Animais (TAA).
Continue lendo e entenda mais sobre a terapia com cachorro e como funciona a terapia assistida por animais.
Como se chama a terapia com cachorro?
A terapia com cachorro é chamada de Terapia Assistida por Animais (TAA), esse é o nome profissional e científico da prática. Em alguns casos também chamada de cinoterapia.
Associado a TAA ainda temos a Atividade Assistida por Animais (AAA) e a Educação Assistida por Animais (EAA). Para saber mais leia: “Cachorros terapeutas: saiba como os cães podem nos auxiliar”.
Seja por uma demanda popular ou por marketing, é possível encontrar outros termos associados a TAA como: terapia pet ou zooterapia.
O que é terapia assistida por animais?
A Terapia Assistida por Animais (TAA) é uma intervenção terapêutica estruturada conduzida por um profissional de saúde que utiliza o contato direto com animais treinados.
Como cães, gatos, coelhos e outros, para melhorar a saúde física, social, emocional e cognitiva de pacientes. É diferente de visitas recreativas com animais, por focar em metas clínicas específicas e na evolução mensurável do paciente.
Como funciona a terapia com cachorro?
O funcionamento exato da dinâmica terapêutica varia conforme o profissional, o animal, e outros contextos, mas o princípio básico do funcionamento da terapia com cachorro é o vínculo.
As interações entre cão e ser humano interferem na produção de ocitocina, hormônio que atua diretamente na regulação da sensação de bem-estar. Mas como isso funciona na prática de um consultório?
Um profissional de saúde (psicólogo, fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional) atua com um cão treinado e seu condutor. As atividades são planejadas conforme as necessidades do paciente. Exemplos:
- Fisioterapia: jogar bolinha para recuperar movimentos;
- Psicologia: acariciar o cão para reduzir ansiedade;
- Fonoaudiologia: dar comandos verbais para estimular a fala.
Então há o registro e a avaliação, e o progresso é documentado para ajustar objetivos terapêuticos.
Benefícios da Terapia Assistida por Animais:
- Reduzir o estresse e a ansiedade: o contato com animais diminui os níveis de cortisol (hormônio do estresse) e estimula a liberação de endorfinas, promovendo relaxamento e sensação de calma;
- Melhorar o humor: interações com animais elevam a produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores associados ao prazer e ao bem-estar emocional;
- Aumentar a autoestima: cuidar de um animal e receber sua aceitação incondicional fortalece a autoconfiança e o senso de competência;
- Promover a interação social: os animais atuam como “quebra-gelo”, facilitando a comunicação entre pessoas com dificuldades sociais e incentivando a participação em atividades grupais;
- Melhorar a qualidade de vida: a TAA estimula a prática de atividades físicas, reduz a sensação de solidão e proporciona momentos de alegria, contribuindo para um cotidiano mais equilibrado;
- Apoiar pessoas neurodivergentes: auxilia no desenvolvimento de habilidades socioemocionais em indivíduos com: TEA (Transtorno do Espectro Autista), TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade) e TDA (Transtorno de Déficit de Atenção);
- Auxiliar no tratamento de doenças mentais: complementa terapias convencionais para: depressão, Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) e Transtornos de Ansiedade;
- Estímulo cognitivo: atividades com animais exercitam memória e raciocínio;
- Desenvolvimento de empatia: aprender a interpretar a linguagem corporal do animal fortalece a capacidade de compreender emoções.
Exemplos de Atividades Assistidas por Animais:
- Sessões de leitura com cães;
- Equoterapia (terapia com cavalos);
- Visitas terapêuticas em hospitais;
- Programas de educação ambiental;
- Atividades em asilos/lar de idosos;
- Intervenções com golfinhos (nado supervisionado com golfinhos para estímulo sensorial e psicológico);
- Programas em prisões (presos cuidam de animais abandonados, desenvolvendo responsabilidade e habilidades sociais);
- Fazendas terapêuticas;
- Grupos de apoio com animais.
Para mais informações sobre o mundo veterinário, dicas sobre pets e tudo sobre cães acompanhe nosso blog.
Fontes:
Fragoso Pereira, Mara Julia; Pereira, Luzinete; Lamano Ferreira, Maurício Os benefícios da Terapia Assistida por Animais: uma revisão bibliográfica Saúde Coletiva, vol. 4, núm. 14, abril–maio, 2007, pp. 62–66 Editorial Bolina São Paulo, Brasil.